Administrar de forma equitativa os recursos mundiais está na lista de prioridades de quem combate os efeitos das mudanças do clima

O esforço de sensibilizar pessoas e organizações sobre esse tema acaba por recolocar em pauta outras perguntas: quais as ações possíveis? E qual a importância de as empresas de moda agirem coletivamente para impedir consequências ainda mais severas nas questões do clima? 

A moda é um dos setores da economia, no Brasil e no mundo, que mais contribuem com a emissão de gases de efeito estufa. Estudos indicam que essa contribuição varia de 5% a 8% que podem aumentar a patamares em torno de 10% até 2030 (Modefica, 2021), colocando a moda como um setor que pode promover mudanças significativas no planeta.

Para contribuir com uma caminhada rumo a um outro modelo econômico e produtivo, retomamos alguns dos principais aprendizados que foram compartilhados em nossa Oficina de Moda Regenerativa e Circular, que aconteceu no ano passado. O primeiro deles vem da palestra feita pela bióloga e ativista ambiental Karina Penha. 

Em pleno 2023, as mudanças climáticas têm marcado de forma definitiva nossas vidas – cá estamos, ora sob calor, ora sob frio intenso, testemunhando chuvas torrenciais e secas históricas. Algo previsto em todos os cenários futuros que construímos em 2017 e que já indicavam este momento como sendo crucial para uma virada sustentável. O dia 16 de março é considerado, desde 2011, o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. Convidamos vocês, então, a refletirem conosco sobre essa responsabilidade compartilhada de mitigar os efeitos que já enfrentamos e agir para que possamos ter um futuro sem alterações drásticas no clima e nas vidas do nosso planeta.

 

As mudanças climáticas impactam a vida de alguns grupos de pessoas mais do que outros – o chamado racismo ambiental

Basta pensar sobre a última tragédia decorrente das chuvas no litoral de São Paulo: Quais as casas que foram profundamente afetadas? Quem precisou ser removido para outras zonas de moradia? Onde se concentraram as mortes? 

A diferença de condições de vida entre áreas ricas e pobres ficou óbvia. E a crise resultante desse modelo desigual apenas confirma que a prática de destinar os piores efeitos da degradação ambiental às comunidades e populações negras, indígenas, não-brancas e imigrantes. 

O que aconteceu aqui, acontece também em outras partes do mundo: os impactos das mudanças climáticas são maiores sobre as comunidades tradicionais ou em condições socioeconômicas vulnerabilizadas. Daí a importância de agir por justiça climática – que, conforme Mary Robinson, “vincula direitos humanos e desenvolvimento para alcançar uma abordagem centrada no humano, a salvaguarda dos direitos das pessoas mais vulneráveis e partilha dos encargos e benefícios da mudança do clima e seus impactos.”

“Ao falar sobre justiça climática, deixamos de considerar apenas as condições de vida dos ursos polares ou o derretimento das calotas de gelo como consequências das mudanças do clima. Começamos a olhar para as crianças do agreste pernambucano, do interior do Maranhão – vidas que também estão sendo profundamente afetadas.” 

___ Karina Penha, (@kataflor)

Mas como a moda pode contribuir para mudar essa situação? No painel ‘Das diversas abordagens da Circularidade às escolhas necessárias para a transição’, Silvio Moraes – que é agrônomo e representante para a América Latina da Textile Exchange – apresentou alguns pontos essenciais para essa reflexão: 

 

Você também pode baixar o e-book na íntegra (e gratuitamente!) com todos os aprendizados da nossa Oficina de Moda Regenerativa e Circular por meio deste link. Além disso, recomendamos a leitura do artigo, publicado em nosso blog, sobre a década da regeneração proposta pela Organização das Nações Unidas.