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JUSTIÇA CLIMÁTICA: POR UMA HUMANIDADE QUE SOBREVIVA

Colabora Moda Sustentável
11 de março de 2022

 

As notícias da Guerra na Ucrânia têm revelado cenas de um mundo que tentamos evitar – e que, apesar dos desejos pacifistas de muitos, ainda se impõe. Em extrema vulnerabilidade, milhões de pessoas estão se deslocando da vida que conheciam enquanto ouvem estrondos da destruição ao fundo. 

Tanta tristeza, infelizmente nos conecta com mais uma realidade global e não menos dura: seguimos, apesar do trabalho de muitos, em meio à guerra do modo de vida capitalista contra a natureza. É o que diz o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que saiu na primeira semana de março, em paralelo ao começo do conflito na Europa. 

A injustiça climática está posta: com a crise ambiental, danos à vida de bilhões de pessoas vão gerar mais doenças, migrações, insegurança alimentar e insegurança hídrica. E, em tempos extremos, os recortes de cor, geografia e etnia, além das questões de gênero, direcionam o sofrimento (vale ouvir a doutora em ecologia humana Patricia Pinho neste link). 

“Neste momento, praticamente metade da humanidade vive em zona perigosa. Neste momento, muitos ecossistemas chegaram a um ponto sem retorno. E neste momento, o alcance descontrolado da poluição corrente força uma vulnerabilidade global que está em marcha para a destruição. Os fatos são inegáveis. Essa abdicação de nossas lideranças é criminosa. Os grandes poluidores continuam sendo os culpados por prejudicar nosso único lar.”
António Guterres, secretário-geral da ONU

Sendo assim, como evitar que as previsões do IPCC (quase um “atlas do sofrimento humano”, também segundo António Guterres) se concretizem? As Recomendações para a Moda Sustentável, documento que estamos levando a diversos cantos do Brasil durante 2022, incluem algumas das respostas possíveis. Uma das prioridades para evitar a perda de vidas, da biodiversidade e da infraestrutura é reduzir as emissões de gases de efeito estufa, um esforço indicado na Recomendação 1.4: 

“Que empresas (varejistas, marcas, indústrias e agronegócio) têxteis, de calçados e acessórios promovam ativamente a redução e compensação das suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), o uso eficiente de recursos naturais, a boa gestão de resíduos, a redução do uso de químicos perigosos na produção, façam uso das práticas regenerativas e circulares, e adotem mecanismos de mensuração e certificação. Assumindo compromissos mensuráveis e prazos definidos nos próximos 5 anos.”

Com o clima mudando mais rápido do que o previsto, precisamos nos engajar em fortalecer novos modos de vida – modos mais regenerativos, sustentáveis e justos. Precisamos de respostas firmes ao colapso e de um mundo que sobreviva, que dê nova chance à humanidade. Então seguimos fazendo da moda nosso espaço de reconstrução?